quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Por que devo fazer uma pós-graduação?


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A EDUCAÇÃO CONTINUADA E O PROCESSO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL
Por: Clever Jatobá
Acabou de sair uma matéria no Yahoo, assinada por Rodrigo Herrero, indagando "Por que devo fazer uma pós-graduação?", daí decidi fazer esta pequena reflexão.
Antigamente a graduação era chamada popularmente de Curso Superior...

Outrossim era muito comum ouvir as pessoas, ao se referirem à graduação, independente da área, dizerem: "Fulano é doutor", ou "Meu filho vai ser doutor", apenas em face da graduação, frise-se.

Os tempos mudaram...


Com a popularização dos cursos de graduação decorrente não apenas da abertura de infinitas IES (particulares principalmente) e de diversos cursos (além dos tradicionais), o acesso à graduação foi devidamente popularizado¹.

Diante desta nova realidade, os cursos de graduação deixaram de ser o nível "Superior" da educação e passaram a ser apenas a "laje" da formação profissional e acadêmica, reclamando do profissional maior capacitação e prosseguimento na sua jornada acadêmica.

Após a conclusão da graduação o mercado hoje em dia exige um pouco mais: experiência e capacitação.


 Assim, a pós graduação latu senso (especialização) e/ou o MBA (Master Business Administration) são o 1º passo após a graduação (claro que para o bacharel em Direito, este seria o 2º momento, após a sua aprovação na OAB)².

A pós graduação latu senso permite a revisitação de todo o conteúdo da graduação em uma área específica (por isso, especialização) com uma visão mais focada e aprofundada do que o enfoque de aulas gerais da graduação, o que permite uma capacitação efetiva para encarar o mercado de trabalho, especializando o profissional na sua área de atuação.

O MBA - Master Business Administration - é um curso de formação de executivos na área de administração, estudando matérias de finanças, contabilidade, recursos humanos, marketing entre outras, qual tem sido reconhecido pelo mundo à fora como um Mestrado, mas no Brasil ele é apenas enquadrado como uma especialização latu senso. Para o MBA exige-se uma experiência mínima de 3 anos no mercado profissional, pois seu enfoque será voltado à experiência e maior capacitação para o mercado.

Tratando-se de especialização (pós graduação latu senso) podemos dizer que este é o patamar "standard" da formação e qualificação profissional.

Daí, o profissional que quiser ter um plus na sua qualificação e enveredar na pesquisa científica mais aprofundada deve correr para uma Pós Graduação stricto senso, com os cursos de Mestrado e Doutorado.

O Mestrado ajuda a abrir a mente do profissional numa visão mais ampla e universalizada do conhecimento científico da sua área profissional ou de outra área que elegeu para estudar já que é permitido a interdisciplinaridade com investigação científica em outra área de conhecimento que não a da sua formação originária.

Já o Doutorado, quando a pessoa tiver uma amadurecimento maior na sua visão científica, com questionamentos críticos e fundamentação teórica razoável para encontrar respostas às suas inquietudes além de ter força de vontade para pesquisa científica, passa a ser o próximo passo para nivelar o profissional pelo andar de cima.

Atualmente, a jornada de cognição da formação profissional, com um plus na pesquisa científica, ainda tem permitido que muitos profissionais invistam num Pós Doutorado como um extra à sua formação³.

Bem, diante desta realidade não se pode acomodar com a simples graduação e acreditar que se basta no universo profissional, pois, assim, hoje em dia (e no futuro será muito pior) este profissional poderá ficar para trás no mercado de trabalho, pois o recém graduado está passando a ser visto como um recém alfabetizado na sua seara profissional e lhe cabe buscar um algo mais em uma longa jornada acadêmica para um up grade em sua formação.

NOTAS:

¹ No que tange à popularização dos cursos de graduação, sinalizo que acho justo a título de socialização do conhecimento e da formação profissional, mas resguardo-me a não dar enfoque ao aspecto da qualidade de tantos cursos e da falta de fiscalização do funcionamento dos mesmos, ou da fiscalização falha e superficial, sob prismas formais e não substanciais.

² A nossa legislação não exige que os cursos de pós graduação sejam cursado na sequência lógica que trato à cima, assim, para fazer o Mestrado não é preciso prévia especialização, bem como para fazer o Doutorado não é obrigatório que se tenha cursado previamente um Mestrado.

³ No que tange ao Pós Doutorado, este é um extra da formação pessoal, indo além do teto da formação acadêmica (Doutorado), assim, os processos seletivos exigem a conclusão do Doutorado para o ingresso numa nova diretriz de pesquisa e de tese.
O AUTOR:

Clever Jatobá é Advogado e Consultor Jurídico na Bahia (Brasil), aluno do Programa Intensivo do Curso de Doutorado em Direito Civil na Universidade de Buenos Aires (UBA - Argentina), Mestrando em Família na Sociedade Contemporânea pela Universidade Católica do Salvador (UCSal). Pós Graduado em Direito Público, bem como em Direito Civil e do Consumidor (JusPodivm e Faculdade Baiana de Direito). Professor e Coordenador do Curso de Direito da Faculdade Apoio/Unifass (Lauro de Freitas-Ba). Membro do IBDFAM - Instituto Brasileiro de Direito de Família. 

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